Vereadores debatem fortalecimento das políticas públicas a pessoas com Transtorno do Espectro Autista

por victor.farias — publicado 22/04/2019 14h36, última modificação 22/04/2019 14h36

Atendendo ao requerimento da vereadora Lene Petecão (PSD), a Câmara de Rio Branco realizou na segunda-feira, 22, uma audiência pública na qual debateu a necessidade de efetivação dos direitos da pessoa com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Além dos vereadores, o encontro contou também com a presença do presidente da Associação dos Amigos e Pais dos Autistas do Acre, Roberto Derze, o presidente da Associação Família Azul do Acre (AFC), Abraão Carlos, psicóloga Especialista em Atendimento Clínico de Pessoa com TEA, Maria Damaria Aguiar, secretário de Saúde do Município, Otenial Almeida, Promotor em Defesa da Saúde, Dr, Gláucio Ney Shiroma, pais, crianças e jovens diagnosticados com o autismo.

Ao dar início à sessão, Lene destacou a importância do encontro. “Debater o autismo é extremamente importante, não apenas para orientar a sociedade acerca do assunto, mas principalmente para fortalecer as políticas públicas voltadas a pessoa com TEA. Esse encontro aqui não se trata de uma bandeira partidária, mas uma causa. Temos cerca de dez mil autistas no Acre e devemos garantir que todos eles tenham melhores oportunidades de vida”, ressaltou.

O vereador Emerson Jarude (sem partido), coautor do requerimento, reforçou que o momento era destinado a ouvir as demandas dos familiares das pessoas com TEA. “O que queremos com esse encontro é buscar soluções para os problemas que esse grupo ainda enfrenta. Queremos que sejam resolvidos na prática. Queremos e precisamos que as políticas públicas se fortalecem. Isso é essencial”, falou.

Ao dispor da palavra, o presidente da Associação da Família Azul destacou a importância da solenidade, Abraão Carlos, lamentou a falta de políticas públicas para atender os portadores de autismo.

“No Acre, temos apenas três neuropediatras que fazem atendimento na rede pública. É pouco diante do número de pessoas identificadas com TEA. Falta estrutura adequada em nosso município. Nossa expectativa é que com a abertura do Centro Multidisciplinar essa realidade possa melhorar. Em nível de Estado, enquanto o governo não faz o mesmo que a prefeitura, o ideal seria que cedessem uma equipe completa ao Barral Y Barral para fazer o devido atendimento”, disse.

O presidente da Associação dos Amigos e Pais dos Autistas do Acre, Roberto Derze, abordou a questão da Educação. Ele ressaltou que “a inclusão da pessoa com TEA não se dá apenas matriculando-o em uma escola. É necessária toda uma estrutura, como a disponibilização de um profissional para de fato trazer a compreensão devida àquela criança e jovem”. Nesse sentido, Derze sugeriu a disponibilização de uma clínica-escola. “Isso dará mais dignidade e cidadania a quem necessidade desse serviço”.

O secretário de Educação do Município, Moisés Diniz, reforçou que a prefeita Socorro Neri autorizou a contratação de mais 73 profissionais para acompanhar em sala de aula o aluno com TEA.

“A media brasileira é de 1% de profissional para atender a pessoa com deficiência. Em Rio Branco é de 16% e a prefeita já autorizou a contratação de mais 73 profissionais. Isso mostra o compromisso do Executivo Municipal com essa luta”.

O secretário de Saúde do Município, Otenial Almeida, frisou sobre os avanços ocorridos nessa pauta. “Vocês estão no papel legítimo da sociedade de buscar e cobrar melhorias. Há muito a ser conquistado ainda, porém, não podemos deixar de falar daquilo que já foi realizado. Rio Branco foi o município que mais avançou. Temos problemas, mas o avanço é extraordinário diante do ponto de partida. Pode não ser o suficiente, mas é algo a se comemorar. A luta continua diariamente e mais conquistas serão celebradas”.

Por fim, a vereadora Lene Petecão sugeriu que o projeto apresentado por Roberto Derze, acerca da criação de uma clínica-escola, fosse transformado em um Anteprojeto de Lei e encaminhado do Executivo Municipal.

 

 Assessoria CMRB