Tribuna Popular: moradores do Papoco protestam contra remoção para o Rosa Linda
A Câmara Municipal de Rio Branco recebeu, na manhã de quinta-feira, 30, dezenas de moradores da comunidade Papoco, no bairro Dom Giocondo, que participaram da Tribuna Popular para manifestar preocupação com a possível remoção das famílias para o bairro Rosa Linda, na parte alta da cidade.
O espaço foi solicitado pelo vereador Fábio Araújo (MDB), que acompanha a situação e defende o diálogo entre o Executivo e os moradores antes de qualquer medida. O parlamentar destacou que o pedido dos comunitários é legítimo e que a Prefeitura deve priorizar melhorias estruturais no bairro.
“O que os moradores estão pedindo é dignidade. Ao invés de retirar essa população, é preciso levar infraestrutura ao local, cumprir as promessas de reforma da escola, reconstrução dos trapiches e melhoria dos acessos. Vamos propor uma audiência pública para discutir o tema com a Prefeitura e o secretário responsável”, afirmou Araújo.
Os representantes da comunidade — Gleiciane de Oliveira Luz, Eduardo Nonato de Freitas e Wellington Pinheiro de Andrade — relataram que foram surpreendidos por uma ação da Secretaria Municipal de Assistência Social, que teria realizado um recadastramento com objetivo de identificar famílias para transferência. Segundo eles, o procedimento foi apresentado como uma atualização de dados do CadÚnico, Bolsa Família e SUS.
“Disseram que o cadastro era apenas para atualização de informações de saúde e assistência, e depois vieram dizer que estávamos concordando em sair do bairro. Isso não é verdade. Ninguém quer deixar o Papoco”, declarou Gleiciane Luz, presidente da associação de moradores.
O morador Eduardo Nonato de Freitas reforçou o pedido de diálogo e destacou que a comunidade reivindica melhorias estruturais, e não a remoção. “O que pedimos é a reforma da escola, a recuperação das escadarias e a construção de uma área de lazer para as crianças. Essa é uma luta antiga da comunidade”, afirmou.
Já o presidente da associação, Wellington Pinheiro de Andrade, morador há 38 anos, ressaltou a importância da permanência das famílias no local. “Vivemos no centro, perto do trabalho e das escolas. Tirar a comunidade de lá é acabar com uma história de décadas”, disse.
Durante a tribuna, vereadores se manifestaram em apoio aos moradores e defenderam o diálogo entre o Executivo e a comunidade antes de qualquer medida. O presidente da Câmara, vereador Joabe Lira, destacou que o Parlamento está aberto para ouvir a população e acompanhar o caso junto aos órgãos competentes.