Setembro Dourado: Raimundo Castro destaca a importância de debater sobre câncer infantojuvenil

por Marcela Jansen publicado 14/09/2023 15h38, última modificação 14/09/2023 15h38

 

Atendendo a requerimento do vereador Raimundo Castro, a Câmara Municipal de Rio Branco realizou na quinta-feira, 14, uma Tribuna Popular no qual debateu sobre a campanha Setembro Dourado, “setembro dourado”, que tem a finalidade de chamar a atenção da população sobre o câncer em crianças e adolescente.

Na ocasião, a Casa Legislativa recebeu as médicas Valéria Pereira, Oconpediatra; Ariele Fernanda, Oftalmo-Oncológica; John Lenon, gerente administrativo da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON); e a senhora Eduarda Cristina, paciente oncológica da Unacon.

O vereador Raimundo Castro destacou a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura da doença “O câncer é hoje a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes brasileiros e tem grandes chances de cura quando o diagnóstico precoce é associado a um tratamento de qualidade. Quanto mais cedo identificamos os sinais e sintomas do câncer infantil, maiores são as chances de cura e a qualidade de vida dos sobreviventes” disse o parlamentar ao incentivar a massificação do debate.

O parlamentar apresentou também um projeto de lei no que institui no município de rio Branco a campanha Setembro Dourado. “A campanha tem o objetivo de desenvolver ações de mobilização, conscientização, detecção, prevenção e diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil. É preciso também alertar e conscientizar profissionais de saúde, pais e sociedade em geral sobre os sinais e sintomas para detecção de diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil”, frisou Castro.

A Oconpediatra, Dra. Valéria Pereira, pontuou sobre a necessidade de unidades especializadas em tratamento de câncer estarem equipadas e com profissionais especializados. “O Hospital do Câncer oferece atendimento, quimioterapia, radioterapia, cirurgia e o tratamento multidisciplinar, médicos, Enfermagem, Fisioterapia, psicólogos e Serviço Social e, junto a nossa equipe a Casa de Apoio. O Unacon precisa de especialização dos profissionais para tratar o câncer, e não pode ser qualquer pessoa, tem que ter uma formação específica para isso”, disse.

E acrescentou: “precisamos de mais apoios para receber os pacientes que vem do interior. O governo do Estado dá passagem e transporte, mais se a pessoa vem do seringal como ela vai ficar aqui? (...) as casas de apoio lotam e a gente precisa de mais, precisamos de um apoio muito maior que o custo”, disse a Dra. Valéria.

A médica lembrou que o auxílio do INSS só é concedido aos pacientes quando não possuem outra fonte de renda. “Esse recurso ajuda muitas pessoas com comida, abrigo, contas, mas nem todo mundo está apto a receber. A maioria das vezes o câncer não é o grande problema, o maior são os problemas socioeconômicos”, ressaltou.

Por fim, o vereador Castro apresentou Indicação solicitando a entrega de Moção de Aplauso aos convidados. “Uma justa homenagem a essas pessoas que desenvolvem um trabalho importante de mobilização, conscientização, detecção, prevenção e diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil”.

Sinais e sintomas do câncer infanto-juvenil

– Palidez, hematomas ou sangramento, dor óssea;

– Caroços ou inchaços – especialmente se indolores e sem febre ou outros sinais de infecção;

– Perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, sudorese noturna,

– Alterações oculares – pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos;

– Inchaço abdominal;

– Dores de cabeça, especialmente se incomum, persistente ou grave, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias);

– Dor em membro ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção;

– Fadiga, letargia, ou mudanças no comportamento, como isolamento;

– Tontura, perda de equilíbrio ou coordenação.

Tratamento

O tratamento corresponde a um trabalho coordenado por uma equipe multidisciplinar (oncologistas pediatras, cirurgiões pediatras, radioterapeutas, patologistas, radiologistas, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos e fisioterapeuta).

Pela sua complexidade, o tratamento deve ser feito em centros especializados e compreende três modalidades principais (quimioterapia, cirurgia e radioterapia), sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor, observando as características biológicas e a sua extensão. A atenção integral dada à criança e ao adolescente no seu contexto social e familiar é tão importante quanto o tratamento recebido. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente, como preconizado pelo INCA.

É importante que os pacientes curados continuem o acompanhamento na clínica de seguimento para possibilitar o reconhecimento precoce e os cuidados apropriados em caso de complicações tardias.