Junho Violeta – Câmara de Rio Branco debate ações de proteção a idosos

A Câmara de Rio Branco realizou nesta quarta-feira (23), Audiência Pública com o tema Junho Violeta, mês dedicado à proteção da pessoa idosa. O proponente da audiência foi o vereador Emerson Jarude (MDB) que iniciou a fala reiterando a importância do debate para a sociedade, uma vez que a realidade dos maus tratos e violação dos direitos dos idosos se tornou muito mais evidente no período pandêmico.

“Essa responsabilidade é nossa, cuidar daqueles que cuidaram tão bem da gente e pra isso as políticas publicas precisam evoluir e avançar para garantir os direitos daqueles que tanto trabalharam por um futuro melhor. Com certeza essa causa sempre terá meu apoio aqui na Câmara de Rio Branco. sem dúvida é uma bandeira muito nobre” afirmou Jarude.

O advogado Ismael da Cunha Neto – Presidente da Comissão Temática da Pessoa Idosa da OAB/Ac fez um retrato do cenário de violência contra a pessoa idosa e lamentou a falta de informação aos idosos sobre seus direitos.

“Trabalho a 14 anos nessa área e até aqui os relatos dos crimes são sempre os mesmos, e o pior, 80% sempre acontecem dentro de seio familiar, são crimes de agressões, de familiares que furtam dinheiro. Os idosos precisam de informação para saber e conhecer mais sobre seus direitos”

O Psicólogo, Mychael Douglas, lamentou a ausência dos demais vereadores, e defendeu a criação de novos espaços de acolhimento e a implementação de um guia de serviços às pessoas idosas.

“Infelizmente o idoso está longe de ser prioridade, onde estão os demais vereadores? O Estado e o Município precisam apoiar a criação de novas instituições. O idoso precisa de também de informação dos seus direitos, vocês vereadores deveriam criar uma cartilha onde o idoso pudesse ter acesso aos serviços que ele necessita porque muitos idosos sofrem por não saber onde conseguir um remédio, uma cirurgia, um espaço de convivência.”

A idosa Francisca Raimunda, de 64 anos, moradora do Bairro Sobral relatou as dificuldades presentes no cotidiano da terceira idade e cobrou do poder público a garantia de direitos da pessoa idosa.

“Nós temos muitas dificuldades de conseguir uma consulta nas UBS, muitas das vezes tenho que comprar remédio, pois falta nas farmácias públicas. Eu venho pedir aos responsáveis mais fiscalizações nos locais onde muitas vezes a prioridade por ser idoso não é atendida. Tenham mais compaixão com a gente’’ lamentou dona Raimunda.

Como encaminhamentos da Audiência, a Coordenadora do Grupo de Pesquisa EPOPI-AC/UFAC, Polyana Bezerra sugeriu a emissão de carta aberta do parlamento municipal, destinada à população idosa, no intuito de firmar comprometimento com as demandas da terceira idade, bem como com a fiscalização do cumprimento dos direitos da pessoa idosa; adesão ao pacto nacional de implementação dos direitos dos idosos; fortalecimento da rede de atenção ao idoso no âmbito municipal, por meio de centro de apoio e capacitação dos profissionais da área de assistência à pessoa idosa.