Dia do Médico: vereador Jakson Ramos homenageia profissionais e instituições

por victor.farias — publicado 18/10/2019 10h22, última modificação 18/10/2019 10h22

Celebrado em 18 de Outubro, o Dia do Médico foi lembrado nesta quinta feira, 17, durante Ato Solene realizado na Câmara Municipal de Rio Branco. O Ato foi realizado atendendo a requerimento do vereador e também médico doutor Jakson Ramos. 

 

Durante a solenidade foram entregues Moções de Aplauso às entidades representativas da classe como o Conselho Regional de Medicina do Acre, Associação Médica do Estado do Acre, Academia Acreana de Medicina, Sindicato dos Médicos do Acre, além dos coordenadores dos cursos de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac), Mário Jorge Ferreira, e União Educacional do Norte (Uninorte), José Amsterdam Sandres e Denys Fujimoto, e da médica Dilza Ambros, eleita recentemente como secretária-geral do Conselho Federal de Medicina.

 

Para o vereador Jakson Ramos, a medicina no Acre avançou muito nos últimos anos, “graças ao empenho dos últimos governos estadual e municipal, focados em evoluir, e ainda em parceria com essas instituições para garantir os avanços esperados, pois só com a união de todos, profissionais e gestão, é que os avanços acontecem”. 

 

“Nós que conhecemos a medicina em outros Estados sabemos das diferenças, as dificuldades que enfrentamos pela distância, pelas condições oferecidas a nós como profissionais da área de saúde, mas sabemos também que é a persistência de pessoas como o Amsterdam , como a Leuda, como Mario Jorge, Guilherme, Jene, que estão à frente de instituições e das faculdades que hoje representam a medicina no Estado do Acre, que vai fazer a diferença nesse trabalho, assim como a persistência de cada profissional da área de saúde em entender a responsabilidade do que é estar diante de um paciente e procurar ter empatia pelo mesmo. Como disse o doutor Adib Jatene, ‘o médico precisa antes de ser especialista em alguma coisa, ele precisa ser especialista em gente’”, destacou Ramos.

 

O Dia do Médico é também uma data que representa a luta da categoria pela saúde pública no país, a exemplo do debate acerca da Medida Provisória n° 890, de 2019 conhecida como Programa Médicos pelo Brasil, cuja matéria foi destacada pelos homenageados.

 

Entre os homenageados, o coordenador do curso de Medicina da Uninorte e presidente da Academia Acreana de Medicina, o doutor José Amsterdam Sandres destacou em sua fala que “a Academia Acreana de Medicina faz eco com todas as entidades médicas, no sentido de que se preserve de maneira absolutamente confiante aquilo que preserva a qualidade da assistência médica ao brasileiro”.

 

“Estamos comemorando o Dia do Médico, mas com imensa preocupação diante do cenário   que se organiza em Brasília quando se corre o risco de se alterar substancialmente o Projeto de Lei que cria uma carreira consolidada e organizada da área dos médicos, que se possa, portanto, ter uma resposta pelo projeto que lei que é Médicos pelo Brasil, que responde a organização de uma carreira de médico, um anseio da classe médica. Devemos portanto refletir sobre a repercussão das alterações que podem influenciar negativamente sobre esse Projeto de Lei”, enfatizou Amsterdam, agradecendo a oportunidade e homenagem. 

 

O discurso foi ratificado também pela médica Leuda Dávalos, presidente do Conselho Regional de Medicina do Acre. “Hoje nós somos mais de mil médicos atuando no Acre e 70% estão concentrados na capital enquanto os demais nos outros municípios. Essa divergência de distribuição reflete as péssimas condições de trabalho que são muito mais aparente nos municípios e os médicos não se sentem seguros de irem para os municípios (...) Nós estamos vivendo um momento lutando para que a medida provisória seja aprovada na íntegra, porque se for aprovada com as alterações propostas, a Medicina sofre um grande golpe. Não só a medicina, mas a sociedade como um todo”, destacou Leuda. 

 

A presidente da Associação Médica do Acre, doutora Jene Greyce, agradeceu a homenagem e enfatizou a necessidade de se respeitar os acórdãos feitos entre a classe médica.

 

“O que nós queremos é uma medicina de qualidade onde tanto os ricos quanto os pobres sejam atendidos por profissionais qualificados. E chamar a atenção para  a necessidade de o governo junto com o Congresso Nacional respeitarem os acórdãos deliberados durante todas as conversas. Isso faz parte de um chamado da população, porque todos nós precisamos do SUS [Sistema Único de Saúde] e todos nós vamos precisar de atendimento médico em algum momento das nossas vidas, e é muito importante que cada pessoa seja atendida por um médico que realmente saiba tratar, cuidar e atender de forma qualificada para que não haja erros ou danos à população”, destacou. 

 

Já o médico e coordenador do curso de Medicina da Ufac, Mário Jorge Ferreira, salientou que no âmbito da instituição, a formação dos acadêmicos tem sido dificultada pelo corte de verbas do governo federal. 

 

“É uma felicidade imensa estar comemorando [o Dia do Médico] e aproveito também para chamar a atenção para a formação. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas e agora a Universidade Federal vem também enfrentando o corte de verbas, o Projeto de Lei Future-se [programa que estimula a captação de recurso privado para financiar as instituições e flexibiliza regras para a contratação de professores, entre outros],  que pode impactar bastante nos cursos, principalmente na área de saúde, mas apesar de tudo, mantemos a nossa postura seguindo os preceitos éticos e, acima de tudo, o nosso juramento, sempre buscando tratar o nosso paciente como uma pessoa. Então aproveito esse momento para chamar a atenção para essa reflexão: que, apesar de tudo, nós ainda seguimos firmes buscando sempre nosso foco que é tratar e trazer o bem maior para os nossos doentes”, disse Ferreira.

 

“A nossa profissão que muitas pessoas consideram nobre, de fato é. A gente percebe isso quando a gente é paciente. Muitos de nós já ficou doente, já precisou de cuidados e é nessa hora que a gente vê o valor que nós temos e o quão desvalorizados estamos. Muitos acham que somos corporativistas, mas não somos. Me preocupo demais com a saúde não só no nosso Estado, como no nosso país. O papel do Sindicato é estar sempre questionando, buscando melhorias para os profissionais e quem ganha com isso é exatamente a população”, concluiu Guilherme Pulicci, vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Acre.