Audiência pública: Kamai propõe frente parlamentar para fortalecer o cooperativismo

por Marcela Jansen publicado 17/10/2025 16h38, última modificação 17/10/2025 16h38

 

A Câmara Municipal de Rio Branco realizou, na sexta-feira, 17, uma audiência pública em alusão ao Ano Internacional das Cooperativas. O debate, proposto pelo vereador André Kamai (PT), reuniu lideranças cooperativistas, pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac) e representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras no Acre (OCB/AC).

Kamai defendeu que o cooperativismo seja tratado como política de Estado e instrumento de desenvolvimento econômico e social. O parlamentar anunciou que vai apresentar projeto de decreto legislativo criando a Frente Parlamentar do Cooperativismo na Câmara, além de propor a revisão da Lei Municipal nº 1.916/2012, para eliminar entraves burocráticos e modernizar o marco legal do setor. “É hora de transformar o cooperativismo em pauta permanente da Câmara e colocá-lo no centro das decisões políticas de Rio Branco”, afirmou.

O vereador também criticou a resistência institucional à contratação de cooperativas pela prefeitura, o que, segundo ele, representa um equívoco que encarece serviços e limita a geração de emprego local. “O município paga mais caro a empresas privadas enquanto poderia fortalecer cooperativas formadas por trabalhadores da cidade”, apontou.

O presidente da OCB/AC, Valdemiro Rocha, reforçou a importância de integrar o Legislativo municipal à agenda cooperativista. Ele lembrou que o Acre possui cerca de 70 cooperativas ativas, sendo mais de 50% em Rio Branco, responsáveis por movimentar quase R$ 1 bilhão em ativos. “O cooperativismo é um instrumento de transformação econômica e social. Por isso, é essencial o apoio do parlamento às políticas locais”, disse.

O economista e professor Orlando Sabino apresentou resultados de pesquisa sobre cooperativas agroextrativistas do Acre, destacando um novo modelo de produção sustentável que alia ciência, gestão e preservação ambiental. “O Acre vive um novo momento, com cooperativas mais técnicas, diversificadas e comprometidas com a floresta em pé. Sozinhos somos poucos, mas juntos somos florestas”, resumiu.

O encontro consolidou o cooperativismo como uma das principais pautas econômicas e sociais da capital acreana, reforçando a necessidade de maior articulação entre governo, universidade e sociedade civil para impulsionar o desenvolvimento local.