André Kamai denuncia falta de estrutura na rede de ensino e cobra soluções para crianças com deficiência

por Eliamara Moura Pontes Lisboa publicado 04/06/2025 17h59, última modificação 04/06/2025 17h59

 

POR MARCELA JANSEN

Em pronunciamento na sessão de terça-feira, 4, o vereador André Kamai (PT) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco para denunciar deficiências na rede pública de ensino e chamar a atenção do Executivo para a situação enfrentada por estudantes, profissionais da educação e, especialmente, crianças com deficiência.

Durante a fala, Kamai relatou ter recebido denúncias de precariedade em diversas escolas do município, incluindo falta de merenda adequada, atraso no início do ano letivo, ausência de materiais básicos e relatos de professores e merendeiras complementando com recursos próprios as necessidades das unidades escolares.

Um dos casos que mais gerou comoção entre os parlamentares foi o de uma criança com múltiplas deficiências, identificada como Rafael, que necessita de alimentação por sonda e teve sua permanência escolar comprometida após ser transferida para uma unidade mais próxima de casa, onde não havia cuidador capacitado para atender sua necessidade específica. Segundo Kamai, a família foi orientada a retirar a criança da escola ou comparecer diariamente no local para alimentá-la, o que tornou inviável sua permanência.

“Essa é uma violação grave de direitos. O direito à escola é garantido pela Constituição, e a alimentação no ambiente escolar é parte desse processo. O caso do Rafael é um retrato do que muitas famílias vivem em silêncio”, declarou o vereador.

Kamai também destacou a importância da recomposição salarial dos profissionais da educação, que, segundo ele, estão há três anos sem reajuste sequer da inflação. O vereador lembrou que há aprovados em concurso público aguardando convocação para cargos de cuidador, enquanto escolas seguem utilizando outros servidores, como porteiros e merendeiras, para essa função.

O parlamentar questionou ainda a priorização de recursos públicos, mencionando valores significativos investidos em eventos esportivos enquanto há relatos de escolas com infraestrutura precária e estudantes fora da sala de aula. “É preciso que a Prefeitura olhe para a educação como prioridade real. Não podemos conviver com crianças fora da escola por falta de estrutura e apoio adequado”, completou.

Ao final do pronunciamento, Kamai se solidarizou com os profissionais da educação que seguem mobilizados por melhores condições de trabalho e reafirmou o compromisso com a luta por uma educação pública de qualidade, inclusiva e com valorização dos servidores.