“Precisamos unir forças para combater esse mal”, reforça vereadora Elzinha sobre abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes

por Marcela Jansen publicado 26/05/2023 13h36, última modificação 26/05/2023 13h36

 

Atendendo a requerimento da vereadora Elzinha Mendonça, a Câmara Municipal de Rio Branco realizou na sexta-feira, 26, uma audiência pública no qual debateu o combate ao abuso e a exploração sexual contra crianças e adolescentes.

“Estamos aqui para unir forças e trabalhar em conjunto a fim de fortalecer as políticas públicas no combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. Precisamos coibir esse mal tão terrível e que assolado nossas crianças e adolescentes. Reitero minha satisfação de poder estar aqui nesse debate tão importante e colocar esta Casa Legislativa à frente também dessa discussão. E que neste momento possamos extrair propostas que venham a ter um resultado positivo, no sentido de proteger nossas crianças e adolescente”, frisou Elzinha.

Conselheiros dos 1º, 2º e 3º Conselho Tutelar de Rio Branco estiveram presentes na audiência pública. Na oportunidade, relataram a alta demanda e a necessidade do apoio do poder público para fortalecer as ações nos conselhos.

 “Se não tiver investimento e uma política pública não conseguimos ter o resultado que nossas crianças e adolescentes merecem, estaremos sempre enxugando gelo. Precisamos de um atendimento 24 horas dentro de todas as instituições, principalmente quando se trata de saúde pública das nossas crianças e adolescentes (...) a parceria com as instituições que fazem e trabalham em conjunto na garantia do direito da criança e adolescente precisa melhorar, pois, dessa forma, também conseguiremos também melhorar ainda mais nossos atendimentos e assim minimizar essa situação”, disse Celso Inácio, conselheiro do 1º Conselho Tutelar de Rio Branco.

“Nós podemos apresentar aqui varias dificuldades que os conselhos tutelares enfrentam principalmente, quando se trata de fluxo, mecanismo que dá uma efetividade nessas vitimas. Uma das primeiras questões que podemos apresentar aqui é o próprio acolhimento da vitima e, infelizmente, sabemos o quanto ainda as vitimas são revitimizadas institucionalmente. É um fato”, disse Débora Matos, conselheira do 2º Conselho Tutelar de Rio Branco.

E acrescentou: “por mais que a rede tenha profissionais acolhedores, porem existe a revitimização ao atendimento a vitima. Inicialmente, além desse atendimento, a ausência de profissionais 24h. Hoje, a maternidade conta com profissionais, assistentes sociais, psicólogos, porém não trabalham 24h e isso é uma perca nesse atendimento e acolhimento á vitima. Parabenizo os CRAES e os CREAS pelo esforço que essas equipes fazem nesse acolhimento, mesmo com equipe reduzida, equipe mínima”, concluiu a conselheira.

O Juiz de Direito da 2º Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Rio Branco, José Wagner Freitas, pontuou que o Poder Legislativo ocupa um papel importante no combate ao abuso e explosão sexual contra crianças e adolescentes.

 “É muito importante essa temática que está sendo tratada aqui e de uma forma correta, em audiência pública. Importante frisar que o Legislativo pode contribuir trazendo essas questões dos fluxos que foram abordados aqui, como vai se dá e como os órgãos vão intervir e de que forma isso vai ocorrer, estando estabelecido em lei. A partir desse momento o Legislativo Municipal pode realizar fiscalizações e, consequentemente, fortalecer essa rede”, ressaltou.

O Alberto Dalacosta, delegado da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, destacou os gargalos na execução do trabalho.  “É um desafio muito grande, desafio peculiar e complexo. Se não bastasse isso temos muito dificuldade em melhorias, é uma palavra que vai se repetir em qualquer setor. Vamos dar conta, estamos dando, mas não da forma que deveria e isso não devia ser assim, as crianças são o hoje e o amanhã. E ainda tem a violência constitucional, é um problema que está no nosso alcance. É muito demanda, não é fácil, mas precisamos de execução, nos fortalecer, ter mais audiências, conversar e trazer mais condições logísticas e aparatos para a nossa criança e adolescente”, frisou.