Vereador André Kamai denuncia explosão de violência e mortes por tuberculose em Rio Branco
Durante a sessão de terça-feira (24) na Câmara Municipal de Rio Branco, o vereador André Kamai (PT) fez um alerta contundente sobre dois temas que têm causado sofrimento silencioso na capital acreana: a escalada da violência urbana e a disseminação de tuberculose entre pessoas em situação de rua.
“Não estamos vivendo um tempo normal em Rio Branco. Feminicídios, execuções, brigas na noite, jovens sendo assassinados... E nenhuma palavra do secretário de Segurança. Nenhuma palavra do governador”, criticou Kamai, em tom de indignação.
Kamai revelou que nos últimos dias três pessoas em situação de rua morreram em decorrência da tuberculose, segundo informações recebidas durante a manhã. O parlamentar cobrou ação imediata da Secretaria Municipal de Saúde, do consultório na rua e da política pública voltada à população em vulnerabilidade.
“É gravíssimo. Há pessoas internadas, em sofrimento, e o risco de contaminação é altíssimo. Estamos falando de uma doença altamente infecciosa que atinge quem já perdeu tudo, inclusive o direito de ser cuidado”, pontuou.
Ele também cobrou do Conselho Municipal de Saúde uma postura proativa, sobretudo na prevenção de novos casos e na garantia de atendimento digno a quem vive nas ruas.
Em outro trecho contundente, o vereador fez duras críticas ao que classificou como uma “barbárie” silenciosa em curso em Rio Branco, com execuções sumárias, feminicídios, mortes no trânsito e episódios brutais que seguem sem resposta do Estado.
“Parece que está tudo normal. Não vi até agora uma palavra do secretário de Segurança. Não vi o governador se pronunciar. A impressão que fica é de que estão paralisados. E a cidade sangra.”
Kamai citou casos recentes que chocaram a população, como a morte do jovem Thales, assassinado com vários tiros enquanto estava em um espaço de lazer. Também relembrou os feminicídios ocorridos em um curto intervalo de dias, além do caso da jovem Juliana, brutalmente assassinada.
“Esse é o retrato do nosso tempo. Jovens que fogem do Acre tentando sobreviver. Outros que morrem aqui, sem qualquer chance. Um futuro armado, inseguro, sem esperança. E o governo finge que está tudo bem.”
Um apelo ao fim da omissão
Encerrando sua fala, Kamai voltou a cobrar ações urgentes para o controle da circulação de armas e maior presença das forças de segurança nos bairros e nas noites da cidade. “A arma na mão certa evita uma tragédia. Mas do jeito que está, virou um facilitador da morte. O Estado precisa agir para proteger a vida. Ou vai continuar enterrando jovens em silêncio.”