Tribuna Popular: vereador Aiache destaca 52 anos do Programa Nacional de Imunização
Atendendo a requerimento do vereador Aiache (PP), a Câmara Municipal de Rio Branco realizou na quinta-feira, 16, uma Tribuna Popular no qual ressaltou os 52 anos do Programa Nacional de Imunização (PNI). Na ocasião, foi explanado sobre os desafios e avanços do programa no Estado.
Aiache, ressaltou a importância de debater o tema em um momento em que o país enfrenta quedas nas coberturas vacinais e aumento da desinformação. “Trazer o PNI para a pauta da Câmara é fundamental, porque a vacinação é uma política pública que salva vidas. Precisamos valorizar o trabalho dos profissionais da saúde e conscientizar a população de que vacina não é opção, é responsabilidade coletiva”, afirmou.
Estiveram presentes no debate a coordenadora estadual de imunizações, Renata Quiles, e o médico Oswaldo Leal, do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRI).
Renata apresentou o panorama atual da imunização no Acre e destacou a importância histórica do PNI, criado em 1973. Segundo ela, o programa é referência mundial, mas enfrenta desafios crescentes diante da desinformação e da falsa sensação de segurança da população.
“Metade dos nossos adolescentes não estão vacinados contra a meningite. O Acre tem a segunda maior taxa de óbitos por câncer de colo de útero e, ao mesmo tempo, é o estado com pior cobertura vacinal contra o HPV. Isso precisa nos preocupar”, alertou.
A coordenadora também mencionou que o Acre não atingiu a meta preconizada de vacinação infantil nos últimos dez anos, embora 2025 apresente o melhor desempenho da década. “Essa melhora depende do apoio de todos, inclusive de pessoas que disseminem informações seguras e incentivem a vacinação no tempo certo”, disse Renata, citando ainda as ações de campo como a Operação Gota, vacinação em escolas, abrigos e áreas de difícil acesso, realizadas em parceria com o Ministério da Saúde e as Forças Armadas.
O médico Oswaldo Leal reforçou a gravidade da baixa cobertura vacinal e criticou o negacionismo científico. “O negacionismo matou, mata e continuará matando se não for combatido. Quem nega a vacina por desinformação coloca em risco a vida de milhares. A mesma ciência que aumenta a produtividade no campo é a que salva vidas na saúde. Não podemos escolher onde acreditar”, afirmou.
Para ele, é preciso reconstruir o vínculo de confiança entre o sistema de saúde e a população. “Há 15 anos, atingíamos 75% de cobertura em uma semana. Hoje, é preciso reconquistar as pessoas. Não basta ter sala de vacina aberta, é preciso buscar ativamente quem deixou de se vacinar”, completou.
Por fim, o vereador agradeceu a presença dos convidados e reforçou o compromisso da Câmara Municipal em apoiar as ações de imunização e promover debates de interesse público.
“A casa do Povo precisa estar aberta para pautas que salvam vidas. Agradeço à equipe do PNI e aos profissionais que, mesmo diante das dificuldades, continuam firmes na missão de proteger a nossa população. Que essa discussão gere resultados concretos e mais consciência sobre o valor da vacina”, concluiu.