Tribuna Popular debate doação de órgãos e transplantes no Acre

por Marcela Jansen publicado 02/09/2025 17h16, última modificação 02/09/2025 17h16

 

Atendendo a requerimento da Câmara Municipal de Rio Branco realizou na terça-feira, 2, a Tribuna Popular com o tema “A importância da doação de órgãos e a situação atual dos transplantes do Acre”, proposta pelo vereador Augusto Aiache.

O parlamentar destacou que o tema é suprapartidário e deve unir toda a sociedade, já que trata diretamente de vidas salvas por meio da solidariedade. “Esse assunto não tem cor partidária. É uma política de Estado que precisa avançar, porque quando colocamos na disputa política quem paga é quem está na fila do transplante”, disse Aiache, lembrando ainda de experiências pessoais de familiares que aguardavam por um transplante.

A sessão contou com a participação de três convidadas Celiane Medeiros, coordenadora da Central Estadual de Transplante; Valéria Monteiro Aguiar, coordenadora do Serviço de Transplante da Fundacre; Sayonara Figueiró, paciente transplantada que relatou sua experiência de vida após o procedimento.

Durante a exposição, Celiane Medeiros ressaltou os avanços da Central Estadual de Transplantes, criada em 2006, que já realizou mais de 560 procedimentos no Acre. Ela destacou os desafios enfrentados, como as altas taxas de recusa familiar e a logística para viabilizar doações.

Já Valéria Monteiro enfatizou a relevância da Fundacre como referência regional em transplantes de fígado, rim, córnea e tecido ósseo. Ela informou que o Acre tem índices de sobrevida acima da média nacional, com taxa de 95%, e defendeu maior conscientização para ampliar o número de doadores locais.

A paciente Sayonara Figueiró emocionou os presentes ao relatar sua trajetória. “A doação de órgãos é um ato de amor que ultrapassa a vida. Eu sou a prova viva de que doar salva. Se você puder, seja essa ponte, porque alguém em algum lugar está esperando por um milagre como eu esperei”, afirmou.

Vereadores reforçam apoio à causa

O debate mobilizou parlamentares de diferentes bancadas, que destacaram a relevância do tema e colocaram seus mandatos à disposição para fortalecer campanhas de conscientização.

Matheus Paiva afirmou que a discussão precisa sensibilizar toda a sociedade. “Quando a gente fala de transplante de órgãos, falamos de vida, falamos de dar uma nova chance a pacientes que muitas vezes já tinham perdido a esperança.”

Elzinha Mendonça lembrou o início dos transplantes no Acre e destacou sua experiência pessoal. “Eu sou doadora de órgãos e sei que ainda existe um tabu, mas precisamos pensar que, em uma fatalidade, podemos salvar vidas.”

André Camargo ressaltou que a política deve ser suprapartidária. “Essa é uma política pública que salva vidas e que não pode entrar na disputa política, porque quem paga é quem está na fila do transplante.”

Lucilene Vale se emocionou com o relato da paciente Sayonara. “Me emocionei muito com o testemunho dela e quero dizer que é gratificante saber que nosso Estado já tem capacidade de salvar tantas vidas.”

Felipe Tchê defendeu que o parlamento abrace o tema como bandeira conjunta “O transplante é uma conquista da medicina moderna e precisa ser tratado como uma causa suprapartidária, acima de diferenças políticas.”