Fábio Araújo denuncia abusos em ações ambientais na Reserva Chico Mendes e cobra diálogo com produtores
Em pronunciamento na terça-feira, 17, na Câmara Municipal de Rio Branco, o vereador Fábio Araújo (MDB) manifestou forte indignação com as recentes ações conduzidas por órgãos federais na Reserva Extrativista Chico Mendes, que, segundo ele, têm provocado sofrimento e criminalização de famílias tradicionais que vivem há décadas na região.
“Não estamos falando de invasores ou grileiros. Estamos falando de pais de família, trabalhadores, pessoas humildes que estão sendo tratadas como criminosos dentro de suas próprias casas”, afirmou.
Fábio citou relatos de produtores rurais do Estado, que sofrem com a ausência de políticas públicas básicas, como assistência técnica, educação, saúde e infraestrutura para escoamento da produção. Ele denunciou que muitos produtos, como a castanha, apodrecem nos paióis por falta de acesso às estradas ou vias navegáveis.
Durante a fala, o parlamentar exibiu vídeos enviados por moradores da Resex Chico Mendes e classificou as recentes ações do ICMBio e do Ibama como opressivas e abusivas. “O que era para ser política pública virou criminalização da pobreza. O que era para ser parceria virou ameaça. O que está acontecendo é uma violência disfarçada de legalidade.”
Fábio também criticou a ausência da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, acreana e originária da região de Xapuri, que, segundo ele, deveria estar à frente do diálogo. “Com todo respeito à sua história, o órgão que nasceu das mãos da ministra hoje age contra o povo que ela sempre disse defender. O ICMBio atua como um Estado paralelo, com fiscalizações seletivas e brutalidade contra quem mais precisa.”
O vereador cobrou transparência sobre as decisões judiciais supostamente utilizadas como base para as operações e destacou que grande parte das áreas atingidas está embargada, prejudicando mais de 90% dos pequenos produtores do Acre.
Ao final do discurso, Fábio Araújo pediu que o Parlamento municipal, o governo do Estado e a bancada federal se unam em defesa dos produtores e da abertura de uma mesa de diálogo com soluções reais para a região.
“Exigimos que cesse a perseguição e que se inicie um debate sério, com alternativas sustentáveis para essas famílias que estão sendo destruídas. Não podemos admitir a continuidade dessa covardia institucional.”