Fábio Araújo alerta para falhas e contradições no programa “Mil e Uma Dignidades”

por Marcela Jansen publicado 16/10/2025 21h34, última modificação 16/10/2025 21h34

 

O vereador Fábio Araújo (MDB) usou a tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco, na quinta-feira (16), para cobrar explicações da prefeitura sobre o andamento do programa habitacional “Mil e Uma Dignidades”, anunciado como um modelo de moradia sustentável. Segundo o parlamentar, as informações oficiais sobre o projeto são contraditórias e revelam problemas graves de execução e de uso dos recursos públicos.

De acordo com Fábio, o município divulgou que as casas seriam construídas com madeira reaproveitada da empresa AgroCortex, em Mâncio Lima, mas o aproveitamento real teria ficado abaixo de 20%. O restante do material precisou ser substituído por madeira nova, o que, segundo ele, desmonta o discurso de sustentabilidade amplamente utilizado pela gestão. “O que era para ser um projeto ecológico se transformou em um símbolo de desperdício. A madeira que deveria virar casa está se deteriorando nos galpões”, criticou.

O vereador também questionou a falta de transparência nas metas de construção. O projeto começou com a promessa de 1.001 moradias, passou para 500 e, agora, segundo o próprio coordenador, prevê 300 unidades. Para Fábio, essa variação mostra falta de planejamento. “A população precisa saber o que de fato está sendo entregue. Não é possível mudar metas sem prestar contas. A política pública precisa ser tratada com seriedade”, afirmou.

Ao pedir apuração dos órgãos de controle, o parlamentar destacou que o caso exige atenção do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado. “O problema não é apenas administrativo. Há um impacto direto sobre famílias que esperavam por essas moradias e continuam à margem. É dinheiro público, é gente esperando uma casa que não veio”, disse.

Fábio Araújo encerrou a fala lembrando que a fiscalização é uma das principais atribuições do Legislativo e reafirmou o compromisso do MDB com a transparência. “Não estamos fazendo oposição por conveniência, mas exercendo um dever constitucional. Nosso compromisso é com o interesse público e com o bom uso do dinheiro da população”, concluiu.