Eber Machado denuncia irreguladades no recolhimento de lixo hospitalar na Capital

por Marcela Jansen publicado 26/11/2025 17h05, última modificação 26/11/2025 17h05

 

O vereador Eber Machado (MDB) usou a tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco, na quarta-feira, 26, para denunciar um possível esquema de recolhimento irregular de lixo hospitalar na capital. Segundo o parlamentar, imagens gravadas no bairro São Francisco mostram sacos de resíduos hospitalares sendo transferidos de uma caminhonete particular para um caminhão da empresa Norte Ambiental, supostamente sem contrato vigente com o município.

No vídeo exibido durante a sessão, é possível ver dois homens descarregando sacos de lixo infectante sem os equipamentos obrigatórios de proteção individual (EPIs). Eber afirmou que o material — proveniente das URAPs e classificado como resíduo hospitalar — deveria ser recolhido diretamente nas unidades de saúde e transportado por veículos autorizados, conforme normas sanitárias.

O parlamentar destacou ainda que esse tipo de resíduo contém agulhas, seringas, medicamentos e sangue contaminado, e que o transporte inadequado coloca em risco crianças, idosos e toda a população. “Lixo hospitalar não é lixo doméstico. O que vimos é um absurdo que ameaça a saúde pública e viola qualquer noção de responsabilidade sanitária”, disse.

Durante o pronunciamento, Eber criticou a Prefeitura por, segundo ele, ter cancelado uma licitação homologada em novembro de 2024 para favorecer outra empresa. O vereador apresentou documentos que apontam a empresa Paz Ambiental como vencedora do certame, posteriormente cancelado pela gestão municipal. “Seis meses depois, a licitação simplesmente desaparece e surge uma empresa recolhendo lixo hospitalar sem contrato. Isso precisa ser esclarecido”, afirmou.

Outro ponto levantado por Eber foi a existência de uma cláusula no edital que exigia que o sítio de tratamento ficasse a até 100 km de Rio Branco. Segundo o vereador, essa regra pode ter sido inserida para restringir a concorrência e favorecer determinados grupos.

Eber Machado anunciou que levará o caso ao Ministério Público do Acre e ao Tribunal de Contas do Estado, solicitando apuração rigorosa sobre a contratação, o transporte e a destinação final dos resíduos. “Não podemos aceitar que um serviço tão sensível seja executado de forma clandestina e sem garantia de segurança. A cidade merece respostas”, concluiu.